#180 - Por que estamos tão divididos?

Interessante para os interessados. A leitura preferida dos insaciáveis

Tempo de leitura: 16 minutos
 
Edição #180

A principal causa de todos os problemas que temos no hoje mundo é a ignorância, é claro. Mas, principalmente, a polarização.

― Maya Angelou

✺ O governo de Kim Jong Un afirma ter testado o maior míssil balístico intercontinental do mundo, com especialistas dizendo que a arma Hwasong-19 é muito pesada para ser útil em um cenário prático de guerra.

✺ Trump é eleito novamente presidente dos EUA.

✺ Irmãs se reencontram depois de quase 40 anos graças a um teste de DNA.

✺ O console de gravação original dos Beatles está à venda por US$ 3 milhões.

✺ Autoridades apreendem Peanut, o esquilo famoso no Instagram.

✺ Com NuCel, Nubank quer fazer na telefonia o mesmo que fez nas finanças - ele será correspondente virtual da operadora Claro, num sistema conhecido no mercado como MVNO.

✺ A Suécia aboliu o imposto sobre sacolas plásticas de 3 kronas (US$ 0,28), quatro anos depois de introduzi-lo. 

✺ Milhares de pessoas se reuniram nas ruas de Dublin na noite de Halloween para assistir a um desfile que nunca aconteceu. A razão? Um golpe de receita publicitária que enganou a população. Um site registrado nos Estados Unidos anunciou o suposto desfile na véspera, gerando rapidamente conteúdo com a ajuda de inteligência artificial e aproveitando o interesse do público nas redes sociais. O anúncio viralizou, atraindo cliques e atenção – mas, no final, não passou de uma pegadinha digital.

✺ Corinna Kopf se aposenta da OnlyFans depois de fazer US$ 67 milhões em 3 anos.

✺ A Melhor Padeira do Mundo é portuguesa! Elisabete Ferreira, de Gimonde, encantou os jurados em Veneza com sua paixão e talento, conquistando o título mundial. Sua jornada reflete dedicação e uma tradição que atravessa fronteiras e celebra o autêntico sabor do pão português.

✺ RIP Quincy Jones. 

✺ Robô recupera amostra de combustível radioativo do local do reator nuclear de Fukushima.

✺ Chegou o momento mais esperado do ano: o descongelamento da Mariah Carey, como sabiamente um follower comentou. A popular canção natalina "All I Want for Christmas Is You" está de volta e comemorando seu 30º aniversário neste ano.

✺ Zoológico de Edimburgo anuncia o nascimento de um bebê hipopótamo-pigmeu chamado Haggis (muita fofura!!!) que parece seguir os passos de Moo Deng.

✺ A Globo fechou um acordo para comprar a participação da HIG Capital na Eletromidia, assumindo o controle da líder de mídia ‘out of home’ e avaliando a companhia em R$ 4 bilhões.

Já conhece nossos guias de cidades pelo mundo?

● As melhores invenções de 2024.

◖ As livrarias no Japão permitem que qualquer pessoa alugue uma prateleira para vender livros novos e usados.

◖ Cinco ex-jornalistas do site Pitchfork lançaram a Hearing Things, uma nova publicação online voltada para o cenário musical alternativo que evita focar em grandes nomes e direciona sua atenção para artistas emergentes. Com análises de álbuns, entrevistas e descobertas de novos talentos, a revista se propõe a revitalizar tal universo. 

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◖Um ótimo site que oferece muitos documentários interessantes gratuitamente, sem anúncios.

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● Em seu mais recente relatório prospectivo, a Dentsu desvenda as transformações profundas que moldarão o futuro da mídia e sua crescente integração com nosso cotidiano. O documento revela-se uma bússola essencial para navegantes do cenário midiático em transformação, destacando duas forças motrizes fundamentais: a inteligência artificial como arquiteta de experiências e o renascimento das comunidades de nicho. 

◖ Roma instala piscina para recolher esmolas durante obras na Fontana di Trevi.

● A Ralph Lauren deu vida ao seu mascote Polo Bear em um clipe de 30 segundos, e os fãs se apaixonaram.

◖ Um drinque de manteiga de amendoim e geleia à base de vodca, servido com o próprio sanduíche. Este speakeasy na Cidade do México é uma visita obrigatória e foi eleito o número 1 do mundo pelo World's 50 Best Bars. 

Por que estamos tão divididos?

Já parou para pensar por que é tão difícil conversar sobre política hoje em dia? Por que aquele seu tio, que é uma pessoa tão inteligente em tantos aspectos, parece "não enxergar o óbvio" quando o assunto é política? Ou por que você mesmo, às vezes, sente uma raiva instantânea ao ler certas opiniões nas redes sociais, antes mesmo de processar completamente o que foi dito?

No coração desse problema está algo enraizado em nossa biologia e história evolutiva: a tendência de dividir o mundo entre “nós” e “eles”. Como explica o neurocientista Robert Sapolsky, nosso cérebro ainda carrega reações rápidas e tribais, que eram essenciais para a sobrevivência de nossos ancestrais, mas agora complicam as interações na sociedade moderna.

Esta divisão se manifesta em três níveis:

• No nosso pensamento: Diferentes grupos chegam a interpretações completamente diferentes dos mesmos fatos

• Nas nossas emoções: Discordâncias simples se transformam em hostilidade e desprezo

• No nosso comportamento: Acabamos nos afastando fisicamente de quem pensa diferente
  
  E aqui é onde as descobertas de dois pesquisadores brilhantes - Jonathan Haidt e Daniel Kahneman - nos ajudam a entender esse fenômeno…

Esse texto apresenta uma fascinante reflexão sobre como os gatos têm ganhado cada vez mais destaque cultural, especialmente através do livro "The Interpretation of Cats" do veterinário psiquiatra francês Claude Béata. O autor destaca como essas criaturas são seres enigmáticos, diferentes dos cães que são naturalmente sociais, e como nossa compreensão deles oscila entre extremos - "hoje, eles são icônicos. Mas ontem eles eram demônios - familiares das bruxas. E amanhã talvez eles sejam demônios novamente, porque não os entendemos. Nós apenas projetamos."  O texto revela a importância de reconhecermos estes animais como indivíduos únicos, respeitando suas necessidades específicas de espaço e territorialidade, em vez de simplesmente projetarmos nossas próprias interpretações sobre seus comportamentos. (GIFT LINK - EN) 

A Alquimista do Têxtil

Não dá para não conhecer o trabalho de Olga de Amaral. Em suas mãos, fios se transformam em paisagens douradas, tecidos transcendem sua materialidade para tornarem-se monumentos luminosos. A artista colombiana, nascida em 1932 em Bogotá, desenvolveu uma linguagem única onde o artesanal encontra o sublime, onde tradição e vanguarda dançam em harmonia. 

Em suas instalações monumentais, a artista realiza uma alquimia particular: entrelaça linho, crina de cavalo e folhas de ouro em composições que parecem capturar a própria luz. Sua obra é uma meditação sobre a transformação - da matéria em espírito, do cotidiano em extraordinário. Como uma cientista do sagrado, Olga manipula seus materiais com precisão ritual, criando obras que são simultaneamente tapeçarias e esculturas, objetos e experiências.

Aos 91 anos, Olga continua a expandir os horizontes da arte têxtil. Ela está em cartaz na Fondation Cartier pour l'art contemporain em Paris que promete revelar oito décadas de experimentação incansável, onde cada obra é um testemunho de como a tradição pode ser constantemente reinventada através de um olhar contemporâneo. Se estiver pela cidade, não dá para perde