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#216 - Adeus, gentle parenting? Por dentro do movimento FAFO
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Interessante para os interessados. A leitura preferida dos insaciáveis
Tempo de leitura: 16 minutos
Edição #216

"Se não nos importamos com nosso passado, não podemos ter muita esperança em nosso futuro."
― Jacqueline Kennedy Onassis

✺ A LVMH está tentando vender Marc Jacobs por US$ 1 bilhão…
✺ Erro com IA compromete homenagem da Agência Espacial Brasileira a Santos Dumont.
✺ A pílula para apneia do sono mostra um sucesso impressionante em um grande estudo clínico. A combinação de medicamentos que têm como alvo as vias aéreas frouxas está próxima de ser submetida à FDA.
✺ Nem a tempestade impediu o "sim". Um casal filipino decidiu casar mesmo com a igreja alagada pelas chuvas de um tufão.
✺ O CEO e a chefe de RH da Astronomer foram flagrados aos beijos na kiss cam do Coldplay. Dias depois, ambos pediram demissão — e a empresa contratou Gwyneth Paltrow pra limpar a barra com um vídeo genial. Escândalo, crise e PR com cara de meme: tudo junto e misturado.
✺ Hackers tiveram acesso a dados pessoais da maioria dos 1,4 milhão de clientes da Allianz Life Insurance Company of North America.
✺ O CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou que o mundo pode estar à beira de uma “crise de falsificação”, devido ao potencial da inteligência artificial para permitir que pessoas mal-intencionadas se passem por outras.
✺ No Post Insights, os criadores em breve poderão ver em que momento de um Reels ou em qual slide de um carrossel o usuário deu like no conteúdo.
✺ iOS 18.6 foi lançado para todos nesta semana.
✺ Um atirador que matou quatro pessoas em um prédio comercial de Manhattan teria como alvo a sede da NFL. O homem deixou um bilhete criticando a liga e alegando ter CTE, doença degenerativa associada a traumas no futebol americano. Ele entrou no andar errado e atacou funcionários de outra empresa.

◖Difícil chamar de outra coisa além de genial: uma criança prodígio mostra todo o seu talento ao ouvir “Crocodile Rock”, de Elton John, pela primeira vez.
◖O renomado neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis compartilha suas reflexões sobre os impactos da inteligência artificial e os desafios que ela impõe à mente humana.
● A temporada festiva de 2025 será marcada por escolhas mais seletivas e custos de mídia mais altos. Em meio a esse cenário, o Pinterest destaca: 44% dos usuários começam a planejar presentes já em outubro e gastam 45% mais do que a média. Quem acerta o canal, sai na frente — e o guia de marketing para 2025 da plataforma já está no ar.
● A VSCO acaba de lançar o Capture, seu novo app focado só em... capturar. A proposta? Deixar você ver os efeitos ao vivo antes mesmo de tirar a foto. São mais de 50 presets e simulações de filme em tempo real. Um playground retrô-moderno pra quem leva estética a sério.
◖Já anota aí: Tóquio vai ganhar um novo hotspot em 2027 e eu já tô querendo passagem. Pharrell Williams e NIGO® acabam de anunciar o JAPA VALLEY TOKYO, um complexo inspirado no lifestyle de Napa Valley, só que com gastronomia, moda e cultura japonesas no centro da experiência. Serão 10 mil metros quadrados de arte (com obras de KAWS), eventos e pop-ups, tudo ali pertinho da estação Yurakucho. A abertura será por tempo limitado e promete virar destino obrigatório pra quem gosta de viver o Japão além do óbvio.
● No Japão, a empresa Client Partners criou o serviço OK Obaachan ("OK Vovó"), que permite contratar mulheres entre 60 e 94 anos para oferecer companhia, apoio emocional ou até ajuda prática — de conselhos a aulas de culinária, babysitting ou presença em momentos importantes como casamentos e términos. A iniciativa une propósito e afeto, dando renda e sentido às vovós, enquanto oferece uma figura de confiança para quem precisa.
● O OriMouse parece um truque e é. Ele dobra até ficar completamente plano, como se tivesse saído de um manual de origami minimalista. Leve, dobrável e Bluetooth, foi feito pra quem já cansou do trackpad mas não quer carregar um trambolho. Cabe na capa do laptop e eu confesso que achei bem diferente.
◖Você provavelmente já viu um bolo dela no Instagram e achou que era arte, e é!
◖Na 10ª edição do Lady Dior Art, a Maison convida dez artistas internacionais a reinventarem o ícone — e o resultado é puro diálogo entre tradição e delírio criativo.
● Saiu o pôster oficial do filme Blue Moon, de Richard Linklater, estrelado por Ethan Hawke, Margaret Qualley, Bobby Cannavale e Andrew Scott.
● Morar em Londres me fez virar fã da RAINS — e quando vi essa novidade, fui logo atrás de mais detalhes. A marca vai lançar no próximo dia 12 a linha HOME AWAY, que traduz estilo de vida em objetos do dia a dia. Funcional, modular, feita em aço escovado, a coleção foi pensada para ser usada tanto dentro quanto fora de casa. A inspiração vem da biophilia, conceito do biólogo Edward O. Wilson, que fala sobre nossa conexão instintiva com a natureza. #querojá
◖Quando eu penso que não tem mais o que inventarem... descubro que existe um site inteiramente dedicado a cadarços de tênis. O Ian’s Shoelace Site é o recurso nº 1 do mundo no assunto, com mais de 100 tutoriais de amarrações, incluindo o nó mais rápido do planeta. Totalmente inútil? Talvez. Impressionante? Com TO-DA certeza.
◖A jornalista de moda Amy Odell acaba de lançar Gwyneth: The Biography, um mergulho suculento e bem documentado na vida (e no branding) da atriz Gwyneth Paltrow. Foram mais de 200 entrevistas, incluindo colegas da escola Spence, pra tentar entender como Gwyneth se tornou essa mistura única de estrela de Hollywood e guru do bem-estar. Tá dando o que falar na imprensa gringa.


Adeus, gentle parenting? Por dentro do movimento FAFO

O tema de hoje está fervendo nas redes — e, claro, não poderia ficar de fora da nossa EYN. Já ouviu falar em “F*ck Around and Find Out” aplicado à criação de filhos? Pois é. Se ainda não caiu no seu feed ou newsletters, senta que eu te explico.
Pra começar do começo, vale voltar algumas casas no tabuleiro das tendências parentais. Primeiro veio o gentle parenting: a tentativa — nobre, exigente e, sejamos honestos, exaustiva — de criar filhos com escuta ativa, empatia, regulação emocional e limites firmes, mas gentis. Um movimento que ganhou tração nos últimos 15 anos, embalado pelo boom dos perfis de pedagogas e psicólogas no Instagram, e que se tornou a resposta afetiva e consciente aos traumas de gerações criadas na base do grito, do castigo e da palmada.
Mas agora, o pêndulo balança e a internet…

Andar como um japonês: a tendência que está conquistando o mundo (a passos lentos)

© Foto-ilustração da TIME (Fonte: Imagens: Getty Images)
Esqueça apps de corrida, tênis de performance ou metas de 10 mil passos. A nova febre de bem-estar vem do Japão — e é mais sobre o como do que sobre o quanto. Chamado de "arukatsu" (algo como "atividade de caminhada"), o movimento une saúde, estilo e propósito. É caminhar não só para se exercitar, mas para explorar bairros com atenção plena. Em vez de ir à academia, os adeptos de arukatsu preferem se perder pelas ruas — com calma, com charme, com curiosidade. Caminhar nunca foi tão cool.

Na França, uma árvore de mãos cresce dentro de uma igreja

No sul da França, uma igreja do século XIX renasce com uma instalação que mistura história, arte e deslocamento. Depois de sete anos fechada para reforma, a Carré Sainte-Anne, antiga igreja católica de Montpellier, reabre como centro de arte contemporânea com a obra monumental do artista francês JR.
“Adventice” é uma escultura que suspende 10 mil mãos escaneadas de pessoas da comunidade local, como uma árvore humana, viva, colaborativa. O nome vem do latim ad venire — "vir de fora" — e, na botânica, se refere a plantas que nascem onde não foram plantadas.
E em Montpellier, isso tem um sentido literal: na Idade Média, quando os primeiros moinhos de tecidos surgiram às margens do rio Lez, a lã importada de lugares como Espanha, Norte da África e Constantinopla era lavada ali. Com ela, vinham sementes invisíveis, que germinaram e transformaram a paisagem da cidade. Até hoje, os jardins franceses celebram essa diversidade vegetal, herança de trocas, deslocamentos e encontros improváveis.
JR se apropria dessa memória para falar de migração, pertencimento e convivência. Na árvore de mãos, vemos o que brota quando culturas se entrelaçam.

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