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- #234 - Por que o Japão leva meias a sério — e nós não
#234 - Por que o Japão leva meias a sério — e nós não
🥜📮 - O que aprendemos quando olhamos para o que não vemos.
“O mundo inteiro é um bolo de aniversário, então pegue um pedaço, mas não exagere.”
― George Harrison, “It's All Too Much”

A vinícola chilena Vik foi eleita a melhor do mundo em 2025.
A Omnicom concluiu uma fusão de US$ 13 bilhões com a rival Interpublic, tornando-se a maior empresa de publicidade do mundo.
A marca japonesa de streetwear Human Made fez história ao se tornar a primeira marca de streetwear a abrir o capital, estreando na Bolsa de Valores de Tóquio.
As autoridades de Hong Kong continuam a prender suspeitos em uma investigação de corrupção após um incêndio devastador em um complexo residencial de apartamentos em 26 de novembro, que matou pelo menos 146 pessoas.
Doze jovens muçulmanas libertadas após sequestro no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, perto do esconderijo usado pelo grupo militante islâmico Boko Haram.
Jimmy Cliff, que ajudou a introduzir o reggae ao mundo, morre aos 81 anos.
Um estudo do MIT, em colaboração com o Oak Ridge National Laboratory, descobriu que a IA já é capaz de assumir 11,7% dos empregos americanos.
As autoridades italianas estão investigando um homem por se vestir como sua falecida mãe na tentativa de receber a pensão dela.
As compras impulsionadas pela inteligência artificial ajudaram a gerar um recorde de US$ 11,8 bilhões em gastos na Black Friday apenas nos Estados Unidos.
Conchologistas e cientistas cidadãos unem-se para procurar espécies de moluscos ameaçadas de extinção ao longo do rio Tamisa.

Um novo museu de arte traz cor, originalidade e uma celebração da criatividade a Doha. A primeira instituição dedicada à obra do mestre da arte modernista indiana Maqbool Fida Husain foi inaugurada no Catar.
A Oxford University Press escolheu “rage bait” como a Palavra do Ano de 2025. O termo, que superou “biohack” e “aura farming”, descreve aquele conteúdo feito sob medida para provocar indignação e engajamento fácil. A expressão existe desde 2002, mas só agora entrou de vez no vocabulário da era dos algoritmos.
Os 10 melhores livros de 2025 segundo o NYT (gift link)
Este repórter mal conseguiu acompanhar o trem mais rápido do mundo, que desliza a uma velocidade alucinante usando levitação magnética. Engenharia, inovação e adrenalina pura em um único frame. Chocante!
A marca suíça On, anunciou sua primeira loja própria no Brasil, localizada no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo.
As 100 melhores fotos de 2025 da revista TIME.
A A24 acaba de firmar uma collab com a Barnes & Noble das grandes! Nove livrarias vão ganhar uma área própria, com identidade visual e curadoria da A24, e outras unidades já estão previstas para 2026. Na prática, é o primeiro ponto físico de varejo da A24: um cantinho dedicado onde dá para garimpar de tudo — Blu-rays, vinil, colecionáveis e merch exclusivo.
Uma lista com as 49 startups americanas de IA que arrecadaram US$ 100 milhões somente neste ano.
Boticário aborda bullying familiar em campanha de Natal.
Cher fechou acordo com a Netflix para produzir uma série documental sobre sua vida.
Jacquemus e Nike chegam às pistas: a collab conta com 18 peças projetadas para canalizar a sensibilidade fashionista do estilista francês em uma coleção inspirada no estilo de vida e desempenho das montanhas.
A dianteira e as lanternas traseiras antropomórficas não são as únicas características fofas e nostálgicas do recém-revelado Renault Twingo E-Tech. Ele abraça total o espírito do Twingo original dos anos 90 (eu era completamente obcecada). Agora elétrico, urbano e ultracompacto, o modelo chega em 2026 pronto pra trazer de volta aquele crush automotivo da adolescência, versão 2.0.
A Power Station of Art, museu de arte contemporânea instalado em uma antiga usina elétrica em Xangai, acaba de inaugurar uma biblioteca pública em parceria com a Chanel, focada em arte contemporânea.
A Disneyland Paris está entrando em um novo capítulo com a inauguração do World of Frozen em 29 de março de 2026, trazendo uma Arendelle em tamanho real para o Disney Adventure World com um novo passeio para toda a família, um show diurno, um encontro real com Anna e Elsa e um Olaf de última geração trazido à vida através da robótica avançada da Disney Imagineering.
Francis Kéré, o primeiro africano a vencer o prêmio Pritzker, acaba de revelar sua primeira obra na América do Sul: a Biblioteca dos Saberes, no Rio de Janeiro. Inspirada na ideia da “árvore do conhecimento”, a arquitetura funciona como um ponto de encontro entre diferentes comunidades, um espaço vivo onde estudo, cultura e convivência se entrelaçam. Um raro privilégio ver Kéré deixar sua marca no Brasil, e com tanta poesia.

Por que o Japão leva meias a sério — e nós não

© Tabio socks
Há objetos que só revelam sua importância quando alguém nos obriga a olhar de novo. Meias, por exemplo. No Ocidente, elas vivem no rodapé da existência, aquele pedaço de tecido que só lembramos quando falta um par limpo na gaveta. Um item quase burocrático. Um gesto automático. E talvez por isso seja tão surpreendente descobrir que, em outro lugar do mundo, esse mesmo objeto virou sinônimo de sensibilidade cultural, etiqueta, estética, e até de filosofia de vida.
No Japão, onde tirar os sapatos antes de entrar não é gentileza: é ritual, meias ganham protagonismo. E isso não começou agora. Lá atrás, no período Edo, surgiram os tabi, aquelas meias de dedo separado usadas com geta e zori. Elas não eram só práticas: eram símbolo de refinamento, de pureza, de uma etiqueta afinada ao milímetro. E esse cuidado atravessou séculos até chegar à Nara de hoje, capital silenciosa da produção têxtil, berço de marcas como RoToTo, Yahae e Tabio. Máquinas antigas mantidas com carinho, métodos tradicionais como o “garabou” que criam texturas levemente irregulares, e um tipo de artesanato que não busca a perfeição industrial, mas a vibração humana do feito-à-mão.
Enquanto isso, aqui no Ocidente, seguimos na missão de...


No corpo da maternidade contemporânea há quem recorra aos “magic mushrooms” para lidar com o peso emocional do dia a dia, e esse recorte já ganhou sua alcunha: “mushroom moms”. Para algumas mulheres, a microdosagem de psilocibina não é sobre fugir da vida real, mas sobre viver com mais presença: equilibrar ansiedade, esgotamento e culpa materna enquanto seguem com a rotina, os filhos e o emprego. Esse uso atravessa fronteiras entre autocuidado e auto preservação, mas não sem controvérsias: especialistas avisam que os efeitos podem variar muito e ainda há lacunas de pesquisa, sobretudo para quem está amamentando ou se recuperando da gestação. O que chamamos de “cura” aqui talvez convoque mais honestidade do que mil fórmulas prontas. Vem ler sobre!


A dinamarquesa Eva Helene Pade, radicada em Paris, vem redefinindo a figuração com telas que parecem capturar não só corpos, mas o espaço entre eles — aquele instante suspenso entre um gesto e o próximo. Em sua primeira individual no Reino Unido, na Thaddaeus Ropac London, Pade apresenta figuras oníricas em movimento contínuo, borradas por pinceladas quase violentas, como se tentassem escapar da memória antes de se fixarem no quadro. Suas obras têm esse “pulso” raro que ela mesma descreve: um ritmo interno que impede que os personagens congelem.


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