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#235 - A Mesa dos Kidults
🥜📮 - Por que restaurantes estão virando playgrounds para adultos
“De vez em quando, você vê a luz nos lugares mais estranhos, se olhar com atenção.”
― Robert Hunter

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O icônico desfile da Chanel para a coleção Métiers d’Art 2026na estação de metrô de Bowery, em Nova York.

A Mesa dos Kidults

© Lagana
Nos últimos meses, uma cena curiosa tomou conta das cidades: adultos lotando restaurantes onde a mesa é de papel, o drink se chama “Azul” e o maior sucesso da noite é um potinho de giz de cera. O kidult boom, essa tendência de recuperar códigos da infância, chegou chegando à gastronomia, e a sensação é de que todo mundo resolveu fazer uma pausa coletiva da vida adulta. Não é difícil entender por quê. Depois de anos de ansiedade, instabilidade e expectativas que nunca se cumprem, a ideia de voltar a desenhar enquanto espera o jantar soa menos infantil e mais como um pequeno alívio existencial.
O Lagana, em Londres, é exemplo perfeito: parece feito para ativar memórias de quando a maior decisão era escolher entre lápis vermelho ou azul. O público? Quase todo sub-35, todos rabiscando como se tivessem reencontrado um superpoder esquecido. E isso diz muito sobre o momento cultural. A nostalgia virou ferramenta emocional; a infância, um intervalo mental onde ninguém cobra nada. Não existe dress code, não existe “harmonização ideal”, não existe o medo de pronunciar cabernet sauvignon errado. Existe só a brincadeira e, pelo tempo do jantar, isso basta.
Ao mesmo tempo, esses lugares entendem um ponto que


Durante anos, ter muitos seguidores foi sinônimo de relevância. Mas, conforme as plataformas envelhecem, se enchem de bots, se automatizam por inteligência artificial e viram vitrines permanentemente comerciais, os grandes números perderam significado. Hoje, ostentar poucos seguidores virou um novo tipo de status — quase um luxo silencioso.
Nas newsletters de cultura digital, figuras como a stylist Lotta Volkova ou editoras de moda são celebradas justamente por terem contas privadas, desorganizadas e com baixíssimo engajamento. É o anti-influencer chic: postar sem pensar no algoritmo, sem a pressão de performar, sem transformar cada foto em um anúncio de si mesma. A melhor tradução? Um certo “quem liga?” que soa refrescante num feed saturado de autopromoção. Vem ler mais sobre na New Yorker.


Ygor Landarin faz da própria trajetória um terreno fértil: entre Uruguaiana, Florianópolis e Rio, ele aprendeu que pertencimento é menos um ponto no mapa e mais algo que se carrega no corpo. Sua obra nasce desse entre — do sal, dos fragmentos, das cascas, dos fungos, das raízes soltas que insistem em brotar onde menos se espera.
Ele transforma pequenas coisas em mundos: conchas, potes queimados, papéis mofados, resinas, barro, porcelanas frias. Tudo ganha força no agrupamento, como colônias que se alastram em silêncio até virar paisagem. Há sempre um gesto alquímico em jogo, um modo de transformar matéria viva (ou já vivida) em fabulação.
Em suas séries, Ygor inventa corpos coletivos, jardins suspensos, seres sociáveis e rizomas emocionais. O que parece escultura é também território, memória, ecdise: aquilo que se deixa para trás para que algo novo possa surgir. Seu trabalho é um lembrete de que raízes também caminham, e às vezes encontram casa no próprio gesto de criar.

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